Se você já se perguntou por que alguns cafés têm um toque naturalmente adocicado, encorpado e com notas que lembram frutas maduras ou caramelo… bem, talvez esteja diante de um café especial processado pelo método Honey.
Apesar do nome, o processo honey não leva mel de verdade. Ele leva cuidado, precisão, sensorialidade e, principalmente, a coragem de quem escolhe um caminho intermediário entre os métodos mais tradicionais. Neste artigo, o Moka Clube mergulha de cabeça na técnica que vem encantando os amantes de café verídico — da lavoura até a torra.
Afinal, o que é o Processo Honey?
Contents
O honey process é um método de pós-colheita que combina características dos processos natural (ou seco) e lavado (ou úmido). Em resumo, ele consiste na remoção da casca da fruta do café, mas com preservação total ou parcial da mucilagem — aquela camada pegajosa e adocicada que envolve o grão.
O nome “honey” (mel, em inglês) vem justamente dessa textura e aparência dos grãos durante a fase de secagem, e não de nenhum ingrediente adicionado.
Quer entender o cenário completo dos métodos de pós-colheita? Dá uma olhada também neste conteúdo complementar:
→ Processamento do café: Natural, Lavado e Honey
Etapas do Processo Honey
O processo é meticuloso e exige domínio técnico em cada etapa:
1. Colheita seletiva
Tudo começa com a colheita manual e criteriosa, escolhendo somente os frutos maduros. Isso garante uniformidade e qualidade no perfil sensorial final.
2. Despolpamento
Após a colheita, as cerejas são despolpadas — ou seja, a casca externa é retirada, mas sem lavar completamente os grãos. Eles continuam cobertos pela mucilagem, que é rica em açúcares naturais.
3. Secagem com mucilagem
Os grãos vão para camas suspensas ou terreiros e são secos ao sol. Aqui está o pulo do gato: os grãos são constantemente mexidos para evitar fermentações descontroladas, bolores e formação de sabores indesejados. A forma como essa secagem acontece vai determinar o tipo de “honey” obtido (já já a gente te mostra quais são).
4. Descanso e beneficiamento
Depois de secos, os grãos descansam em tulhas e passam pela retirada da película seca, chamada de pergaminho. Só então estão prontos para seguir rumo à torra — ou, no nosso caso, pra dar aquele show dentro do clube de assinatura de café do Moka.
Tipos de Processo Honey
A quantidade de mucilagem deixada no grão e o tempo de secagem criam subcategorias distintas:
- White Honey
Quase toda a mucilagem é removida. O café resultante tende a ser mais limpo, com acidez viva e corpo leve. - Yellow Honey
Uma boa parte da mucilagem é mantida. O grão adquire um tom amarelado, e o café traz equilíbrio entre doçura, corpo médio e acidez presente. - Red Honey
A mucilagem é mantida em maior quantidade. O café ganha um tom avermelhado e se destaca por sua doçura intensa e corpo mais denso. - Black Honey
Mucilagem máxima. Pouca ventilação. Secagem mais lenta. O resultado? Um café robusto, com camadas sensoriais complexas, notas de frutas secas, melaço e finalização longa.
E o perfil sensorial?
Os cafés processados via honey são reconhecidos por:
- Doçura natural elevada
Os açúcares da mucilagem colaboram com a caramelização da torra. - Corpo médio a alto
Sensação mais encorpada e cremosa na boca. - Notas complexas
De mel, frutas tropicais, caramelo, tamarindo, até castanhas — tudo dependendo da origem e do tipo de honey usado.
Quer aprofundar ainda mais no vocabulário do café? A gente preparou um guia redondinho pra isso:
→ Dicionário do café: glossário para iniciantes e apaixonados
Por que o processo honey é tão valorizado?
Além de ser mais sustentável (requer menos água que o método lavado), o processo traz mais controle ao produtor sobre o resultado sensorial do grão. Com ele, é possível “calibrar” o perfil do café de forma criativa, elevando o valor da safra.
Mas tem seus desafios: requer muita atenção durante a secagem, clima favorável, controle de temperatura e um toque de experiência que não dá pra fingir que tem. É por isso que só produtores realmente dedicados encaram esse método.
De onde vem e pra onde vai?
A técnica ganhou fama na América Central, principalmente na Costa Rica e em El Salvador. Mas hoje, produtores brasileiros também vêm se destacando em concursos com lotes honey. Inclusive, em regiões como o Espírito Santo e o Sul de Minas, cafés honey estão ganhando cada vez mais espaço e prêmios.
E se você ficou curioso sobre o Brasil no cenário mundial, aqui tem mais:
→ Qual é o maior produtor de café do mundo?
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Seja você um entusiasta ou um curioso em expansão de paladar, vale a pena assinar o Moka Clube e deixar que a gente te surpreenda com um café especial processado pelo método honey, direto na sua casa. Cada mês, uma descoberta. E, com sorte, aquela sensação de ter encontrado um mel na xícara — sem exagero, sem açúcar, só café verídico.
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