Quando o café chegou ao nosso país, em meados de 1720, quem poderia imaginar que nos tornaríamos o maior produtor do mundo? Pois é! O grão é um dos destaques da economia nacional e muito desse sucesso veio das condições climáticas das regiões cafeeiras do Brasil.
Não é à toa que esse grão está tão presente no nosso dia a dia e já faz parte da cultura brasileira. De origem africana, o café, trazido escondido pela primeira vez, na mala de Francisco de Melo Palheta, após viagem à Guiana Francesa, foi rapidamente disseminado em nosso solo. Assim, se deu a origem do café no Brasil.
Duas das primeiras grandes cafeiculturas brasileiras foram na Baixada Fluminense, naquela época província do Rio de Janeiro, e no Vale do rio Paraíba, em São Paulo. Logo depois se espalhou para Maranhão, Bahia, Paraná e Minas Gerais.
Neste post, você conhecerá as características das principais regiões produtoras de café do Brasil, assim como o tipo de grão produzido em cada uma delas. Acompanhe a leitura!
Breve história do café no Brasil
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Depois de ter sido cultivado e bem adaptado ao clima brasileiro, o café começou a ser a grande riqueza do país no período colonial. Com a guerra entre Haiti, antigamente o maior exportador do grão, e França, o Brasil viu a oportunidade de levantar a produção do pretão e exportar com mais regularidade. Assim, em meados de 1806, a venda desse produto para fora tomou novas proporções, chegando a 80 mil arrobas.
Em 1837, o café já era o principal produto de exportação, iniciando um processo de modernização do país. Assim, deu-se a origem do ciclo do café no Brasil. Cidades foram urbanizadas, ferrovias construídas e imigrantes começaram a chegar aos montes. As plantações dominavam campos e vales.
Não se pode esquecer que esse sucesso nacional se deve, principalmente, ao triste período escravista dos séculos XV ao XIX. A mão de obra escravizada, composta por africanos capturados ao Brasil e indígenas, beneficiaram os grandes produtores de café da época.
Depois de 33 anos, desde a grande expansão da cultura do café, as principais regiões produtoras do grão começaram a enfrentar problemas. Em 1870, uma geada nunca antes vista na história brasileira dizimou plantações inteiras, o que provocou prejuízos inimagináveis.
Assim começou a triste história da crise do café no Brasil. Foram vários anos para recuperar os danos à economia e, além disso, produções tiveram que começar do zero em novas regiões. Dessa forma, Espírito Santo e Rondônia entraram para o mapa de maiores produtores de café brasileiro.
Atualmente, é possível dizer que recuperamos o que perdemos. A produção de café no Brasil está mais forte do que nunca. Hoje, somos o país que mais produz o grão (de acordo com a ABIC) e um dos que mais consome café.
Variedades de café no Brasil
Duas das principais variedades do café produzidas no Brasil são a Robusta, cultivada principalmente em parte do sudeste, nordeste e norte, e a Arábica, produzida em larga escala no centro-oeste, sudeste e sul.
Terroir de café
Palavra de origem francesa, terroir pode ser traduzido para o português por terreno. Nada mais é do que uma série de fatores que estão diretamente ligados à região onde o café é plantado. Esse conjunto pode interferir na produção e na qualidade dos grãos e das safras, sendo assim um dos dados mais relevantes para o cupping.
Algumas das características do terroir são:
- clima
- solo
- altitude
- colheita
- latitude
- sentido do vento
- umidade
- e quantidade de luz solar
Tudo isso está em consonância com a região onde o café é plantado e, claro, com o sabor do produto final.
No Brasil, um país grande de extensão, temos diversos terroirs, mesmo dentro de uma mesma região, o que garante uma grande diversidade de sabores produzidos.
Principais regiões cafeeiras do Brasil
Como visto anteriormente, existem diversas regiões cafeeiras brasileiras. São seis Estados em que podemos encontrar uma produção em larga escala do café especial.
Bahia
A Bahia foi um dos primeiros Estados a começar o cultivo e, atualmente, a região da Chapada Diamantina é um dos destaques na produção de cafés especiais. Com altitude média, em torno dos 850 metros, e temperatura amena, o lugar oferece condições ideais para o cultivo do café arábica.
Os grãos produzidos nessa região são de excelente qualidade e um dos diferenciais está na colheita, que é feita de maneira atenciosa para selecionar apenas os maduros. É um café que conta com um sabor aveludado e adocicado, acidez cítrica e notas de melaço prolongadas.
Minas Gerais
A Mantiqueira de Minas produz excelentes cafés. Tanto que a região já foi premiada muitas vezes e, em 2018, ficou entre as finalistas em um concurso de melhor café especial. Alguns pontos nessa localidade chegam a 1.400 metros de altitude, e o lugar cultiva cerca de 70 mil hectares de café.
Os cafés de via seca (aqueles cujo processo de preparo preserva a casca) apresentam acidez média-alta, corpo cremoso e alta doçura. Já os de via úmida (com a eliminação da casca e mucilagem) mostram acidez cítrica, corpo denso e notas florais.
Ainda no sul de Minas Gerais, temos mais uma região cafeeira de sucesso: o Cerrado Mineiro. Como o café é colhido no período seco por lá, os grãos não sofrem com a umidade. As estações climáticas bem marcadas e os níveis de altitude, que vão de 800 a 1.200 metros, contribuem para a produção de café arábica.
Os cafés produzidos nessa região, que abrange 55 municípios, são intensamente aromáticos com toques de nozes e caramelo. A acidez é delicada, o sabor é adocicado e tem notas de chocolate.
Cafés mineiros no Moka
Com todo o cuidado de uma produção de qualidade, o Descafeinado não utiliza químicos para a extração da cafeína. O método utilizado é o Swiss Water com procedência na torra.
Cultivado em um cafezal maravilhoso no cerrado mineiro a 1200 metros de altitude, o Bioma Café possui notas de abacaxi e mineral. O corpo é médio e acidez equilibrada.
De processo natural o grão do Bioma Tabaco rompe com todas as barreiras e traz o verdadeiro sabor do paraíso. Com notas de tabaco e especiarias, este pretão é para os fortes, bem encorpado e de alta acidez.
Um cafezão fácil de preparar, ideal para quem está querendo adoçar a vida. De processo natural, cultivado a 940 metros acima do nível do mar, o Bala de Caramelo tem notas de caramelo (é claro) e baunilha. É bem encorpado e de acidez baixa.
Espírito Santo
A cafeicultura é a principal atividade agrícola do Espírito Santo, gerando em torno de 400 mil empregos. Sendo a segunda maior região produtora de café do país, tem 435 mil hectares dedicados ao grão, que resulta em 22% da safra do Brasil.
As duas principais variedades cultivadas no Espírito Santo são a Arábica e a Colinon. Por ter um solo irregular e com diferentes altitudes, a qualidade do café é bem diversificada.
Café capixaba no Moka
O verdadeiro e único chafé. Prepare-se para explorar todos os recursos do grão de café com o Cascara, a casca de café sequinha e pronta pra virar chá.
Possui notas de frutas vermelhas e cítricas, com corpo médio e baixíssima acidez.
Rio de Janeiro
O café cultivado no Estado do Rio de Janeiro é conhecido mundialmente pela qualidade dos grãos especiais, que chegam a alcançar notas de 80 a 100 nas provas de cupping.
Com aromas e sabores intensos, inúmeras qualidades de corpo e notas, atualmente o território carioca produz cerca de 16 mil toneladas do grão por ano, movimentando cerca de R$ 89 milhões.
O Rio possui uma qualidade excepcional do pretão, estando entre um dos melhores do país.
São Paulo
A Alta Mogiana abrange dois Estados brasileiros: São Paulo e Minas, sendo 15 municípios paulistas e oito mineiros. A região é uma das principais produtoras do país e, atualmente, corresponde à metade da produção de café do Estado de São Paulo.
O lugar é privilegiado por apresentar solo seco e altitudes acima de 800 metros — condições geoclimáticas favoráveis para a produção de excelentes cafés. Além disso, tem um cultivo cuidadoso e focado na qualidade.
Os grãos produzidos nessa localidade fornecem bebidas aromáticas, corpo aveludado e acidez equilibrada. O sabor frutado também é um ponto forte, bem como as marcantes notas de chocolate e nozes.
Cafés paulistas no Moka
De variedade Tupi, o café homônimo possui cadeia de produção natural a 980 metros acima do nível do mar. Possui notas de chocolate e cítrico, é bem encorpado e de acidez média.
Ideal para cafeteira italiana, o Mezzanotte é um café para os fortes. De variedade Bourbon amarelo, tem perfil de sabor com notas de chocolate e melaço. É bem encorpado e com acidez baixa.
Com o café Minamihara você vai provar o gosto do cuidado nipônico que os japoneses da Alta Mogiana tem com cada grão. De variedade Catuacaí-Açu e plantação orgânica, experimente as notas de sabores de pêssego e mamão em uma bebida bem encorpada de acidez alta.
Com notas de sabor que incluem morango e chocolate, o Moranguete é perfeito para o café da tarde. De variedade Obatã vermelho, tem corpo médio e acidez equilibrada.
Com uma acidez equilibrada e corpo médio, este é daqueles especiais para apreciar sempre que quiser restaurar as energias e se sentir bem. As notas presentes no café São Bento são de doce de leite e mel, para adoçar a vida.
Paraná
O Paraná já foi o maior produtor de café do mundo em 1962, exportando 21,3 milhões de sacas do grão anualmente. No Estado, conhecido por sua terra roxa, as principais variedades do pretão cultivados são a Arábica e o café Robusta.
Com temperaturas médias e altitudes elevadas, principalmente no norte pioneiro do Paraná, o terroir do Estado favorece uma bebida especial e de qualidade, com grãos de sabores e aromas complexos.
Na hora de escolher o café, confirmar sua origem ajuda a começar a compreender o grão e suas qualidades. O terroir interfere no aroma, no sabor e em demais características do café.
As regiões cafeeiras brasileiras são áreas privilegiadas pela variedade de clima, altitude e relevo, o que possibilita que a produção de café no Brasil seja destaque mundial. Não é à toa que a atividade cafeeira é o tesouro nacional. Nosso paladar só tem a agradecer!
E aí, gostou de conhecer mais sobre as regiões cafeeiras do Brasil? Então, confira os cafés de cada uma delas no Moka Clube e prove os grãos do nosso território!